"Ubi ergo Petrus, ibi ecclesia; ubi ecclesia, ibi nulla mors, sed vita eterna".
“Onde está Pedro, aí está a Igreja; onde está a Igreja aí não há morte, mas a vida eterna”.
Santo Ambrósio, Enarrationes in XII Psalmos davidicos; PL 14, 1082

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

ENCÍCLICA SPE SALVI: PAPA CONVIDA IGREJA A AUTOCRÍTICA NO QUE SE REFERE AO PROGRESSO E A BUSCAR SUAS RAÍZES.


"Encontramo-nos assim novamente diante da questão: o que é que podemos esperar? É necessária uma autocrítica da idade moderna feita em diálogo com o cristianismo e com a sua concepção da esperança. Neste diálogo, também os cristãos devem aprender de novo, no contexto dos seus conhecimentos e experiências, em que consiste verdadeiramente a sua esperança, o que é que temos para oferecer ao mundo e, ao contrário, o que é que não podemos oferecer. É preciso que, na autocrítica da idade moderna, conflua também uma autocrítica do cristianismo moderno, que deve aprender sempre de novo a compreender-se a si mesmo a partir das próprias raízes. A este respeito, pode-se aqui mencionar somente alguns indícios. Antes de mais, devemos perguntar-nos: o que é que significa verdadeiramente « progresso »; o que é que ele promete e o que é que não promete? No século XIX, já existia uma crítica à fé no progresso. No século XX, Teodoro W. Adorno formulou, de modo drástico, a problematicidade da fé no progresso: este, visto de perto, seria o progresso da funda à megabomba. Certamente, este é um lado do progresso que não se deve encobrir. Dito de outro modo: torna-se evidente a ambiguidade do progresso. Não há dúvida que este oferece novas potencialidades para o bem, mas abre também possibilidades abissais de mal – possibilidades que antes não existiam. Todos fomos testemunhas de como o progresso em mãos erradas possa tornar-se, e tornou-se realmente, um progresso terrível no mal. Se ao progresso técnico não corresponde um progresso na formação ética do homem, no crescimento do homem interior (cf. Ef 3,16; 2 Cor 4,16), então aquele não é um progresso, mas uma ameaça para o homem e para o mundo".
SERIA INTERESSANTE FAZER UM CONFRONTO DA
ENCÍCLICA SPE SALVI COM A SEGUINTE OBRA:

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Fala Dom Albert Malcolm Ranjith Patabendige, secretario da Congregação do Culto Divino

Bispos e Cardeais
devem obedecer ao Papa, diz
Secretario da Congregação do
Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos


Entrevista dada pelo Secretário da Congregação para o Culto Divino, Arcebispo Malcom Ranjith Patabendige, a Bruno Volpe, do website de notícias papais Petrus:


Excelência, como foi recebido o motu proprio de Bento XVI que liberou a Santa Missa de acordo com o Rito Tridentino? Alguns, no próprio seio da Igreja, viraram seus narizes...


"Existiram reações positivas e, é inútil negar, criticismos e oposição, mesmo de teólogos, liturgistas, padres, Bispos e até Cardeais. Eu francamente não entendo esses afastamentos e por que não [dizer ], rebelião contra o Papa. Eu convido a todos, particularmente os Pastores, a obedecer ao Papa, que é o Sucessor de Pedro. Os bispos, em particular, juraram fidelidade ao Pontífice: possam eles ser coerentes e fiéis aos seus comprometimentos.


Em sua opinião, o que causa essas revelações contra o Motu Proprio?


"Você sabe que existiram por algumas dioceses, até documentos interpretativos que inexplicavelmente querem limitar o Motu Proprio do Papa. Essas ações mascaram por trás, numa mão, preconceitos de um tipo ideológico, e noutra, orgulho, um dos mais graves pecados. Eu repito: eu chamo a todos a obedeceram ao Papa. Se o Santo Padre decidiu promulgar o Motu Proprio, ele teve suas razões, que eu compartilho completamente”.


A decisão de Bento XVI liberar o rito Tridentino parece como um justo remédio aos tantos abusos litúrgicos tristemente registrados após o Concílio Vaticano II com o ‘Novus Ordo’...


"Veja, eu não quero criticar o ‘Novus Ordo’. Mas eu dou risada quando eu ouço dizer, até por amigos, que numa [certa] paróquia, um padre é “um Santo” devido à sua homilia ou como ele fala. A Santa Missa é sacrifício, dom, mistério, independentemente do padre celebrante. É importante, até mesmo fundamental, que o padre seja colocado de lado: o protagonista da Missa é Cristo. Eu não entendo, desta forma, as celebrações Eucarísticas transformadas em shows com danças, músicas e aplausos, como frequentemente acontece com o Novus Ordo”.



Monsenhor Patabendige, sua Congregação tem repetidamente denunciado esses abusos litúrgicos...


"Verdade. Existem muitos documentos, que, apesar de tudo, dolorosamente permaneceram letra morta, [que] terminaram em prateleiras empoeiradas ou, até pior, em cestas de papéis”.
Outro ponto: frequentemente se ouve longas homilias..."Isso também é um abuso. Eu sou contrário a danças e aplausos no meio das Missas, que não são circo ou estádio. Enquanto para as homilias, elas devem relatar, como o Papa sublinhou, exclusivamente a aspectos catequéticos, evitando sociologismos e tagarelices inúteis.
Por exemplo, padres frequentemente desviam para política, porque não prepararam bem a homilia, que deve, pelo contrário, ser escrupulosamente estudada. Uma homilia excessivamente longa é sinônimo de uma escassa preparação: o tempo correto para um sermão deve ser 10 minutos, 15 no máximo. Deve ser entendido que o momento culminante da celebração é o mistério Eucarístico, que não significa subestimar a liturgia da palavra, mas clarificar como uma correta liturgia deve ser aplicada”.


Voltando ao Motu Proprio: alguns criticam o uso do Latim durante a Missa...


"O rito Tridentino é parte da tradição da Igreja. O Papa pontualmente explicou os motivos para sua medida, um ato de liberdade e justiça para os tradicionalistas. Quanto ao Latim, quero sublinhar que ele nunca foi abolido, e mais, ele garante a universalidade da Igreja. Mas eu repito: Eu convido padres, Bispos e Cardeais à obediência, deixando de lado todo tipo de orgulho e preconceito”.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

L'attualità dell'enciclica di San Pio X che respinse le tesi moderniste


Intervista al prof. Giovanni Turco, docente di Filosofia e Storiadi Antonio Gaspari

ROMA, lunedì, 26 novembre 2007 (ZENIT.org).

Si svolgerà a Roma, martedì 27 novembre, il convegno sui cento anni della “Pascendi Dominici grecis”, l’enciclica in cui Papa San Pio X condannò l’ideologia nota come “modernismo”.Il convegno, in cui sarà presentato anche il volume “Pascendi Dominici gregis” (Cantagalli, Siena 2007), è stato organizzato dalla Società Internazionale “Tommaso d’Aquino” (SITA) e si terrà alle ore 16:30 presso la Pontificia Università San Tommaso -“Angelicum” di Roma.L’enciclica “Pascendi Dominici gregis” venne pubblicata l’8 settembre 1907, con il chiaro intento di contrastare quelle filosofie che sostenevano la modificabilità dei dogmi. A fianco dell’enciclica venne pubblicato il “Decreto Lamentabili Sane Exitu”, contenente la condanna di 61 proposizioni moderniste.Insieme alle critiche al modernismo, l’enciclica propose un ritorno alla tomistica e sette “rimedi” per combattere quella che definì la “sintesi di tutte le eresie” .Per saperne di più, ZENIT ha intervistato uno dei relatori al convegno, il professore Giovanni Turco, docente di Filosofia e Storia presso la Scuola militare “Nunziatella” di Napoli e di Storia del pensiero politico presso l’Università Europea di Roma, nonché socio corrispondente della Pontificia Accademia Romana di San Tommaso d’Aquino.

Di che parla l'enciclica “Pascendi Dominicis grecis” ed in quale contesto storico venne pubblicata?

Turco: L’enciclica “Pascendi Dominici gregis” (8 settembre 1907) costituisce un documento fondamentale per capire non solo il ribollire di tendenze filosofiche e teologiche che hanno costituito una minaccia esiziale per il cattolicesimo degli inizi del Novecento, ma ancor più rappresenta la chiave per intendere l’essenza dei problemi dottrinali che hanno attraversato la cultura, non solo cattolica, durante tutto il secolo appena concluso. L’enciclica traccia un quadro unitario di un complesso di idee ed atteggiamenti intellettuali (e morali) che sono passati alla storia sotto il nome di modernismo. Il movimento modernista prende l’avvio dalle tesi del protestantesimo liberale, diffuse da Auguste Sabatier, e soprattutto dalle dottrine di Alfred Loisy, Georges Tyrrell, Lucien Labethonnière e Maurice Blondel. In Italia analoghe tendenze furono rappresentate da don Ernesto Buonaiuti e da don Romolo Murri, attorno ai quali si collocano diverse figure di ecclesiastici e di laici. In tale contesto prese forma uno scritto emblematico, il Programma dei modernisti, apparso anonimo nel 1907, ma in realtà redatto principalmente da Buonaiuti. Si trattò di un orientamento che – anche grazie alle tesi del romanzo di Antonio Fogazzaro, Il Santo – ebbe una cospicua diffusione, particolarmente nell’ambito del clero. Il modernismo si proponeva di “riformare” il cattolicesimo e la Chiesa dall’interno, attraverso una sistematica penetrazione delle sue tesi e l’influenza sempre più forte dei suoi sostenitori. Da notare, inoltre, che il modernismo ebbe notevoli riflessi anche dal punto di vista della dottrina e dell’azione politica, dando luogo ad un vero e proprio modernismo sociale, che accoglieva – pretendendo di considerarlo criterio ed inveramento della stessa fede cristiana – l’idea della libertà negativa (ovvero della libertà limitata solo dalla libertà, ovvero da nessun criterio) come principio basilare dell’ordinamento politico, ed il democratismo, inteso secondo l’accezione moderna, non come forma di governo, ma come fondamento del governo. Anche sotto questo versante san Pio X seppe cogliere la profondità dei problemi posti da questo orientamento e prese posizione nei suoi confronti, soprattutto attraverso la lettera Notre Charge Apostolique (25 agosto 1910), con la quale fu condannato il movimento politico-sociale del Sillon. In questo documento il Papa, di fronte alla prospettiva del democratismo cristiano emblematicamente sostenuto dal sillogismo – che pretendeva di identificare democrazia moderna e cristianesimo – insegna, tra l’altro, che “non vi è vera civiltà senza civiltà morale, e non vi è vera civiltà morale senza vera religione”.

Qual è l'attualità di questa enciclica e perchè avete deciso di celebrarne il centenario?

Turco: L’enciclica Pascendi ha un valore esemplare e profetico. La sua esemplarità è soprattutto legata alla capacità di cogliere l’intima coerenza di un complesso di dottrine radicalmente estranee ed opposte non solo al Cristianesimo, ma ad ogni religione, anzi allo stesso riconoscimento della insopprimibile distinzione tra verità ed errore. Il documento pontificio, infatti, dopo una introduzione, presenta i sette aspetti della mentalità modernista (il filosofo, il credente, il teologo, lo storico, il critico, l’apologista, il riformatore). A tale quadro analitico fa seguito una visione d’insieme del modernismo – nella sua genesi e nei suoi sviluppi – come punto di convergenza di tutte le eresie. Il testo si conclude con una precisa indicazione di rimedi dottrinali e disciplinari che il Pontefice indica come essenziali per superare la crisi modernista. Va sottolineato che san Pio X dichiara che a fondamento degli studi teologici va posta la filosofia scolastica e principalmente il pensiero di san Tommaso d’Aquino. Il carattere profetico dell’enciclica – secondo i due principali significati del profetismo autentico – risiede tanto nella penetrazione del giudizio, al di là di ogni moda culturale e di ogni subalternità psicologica, quanto nella capacità di cogliere le linee di tendenza di posizioni che riprenderanno vigore successivamente, sia pure con altre e mutevoli denominazioni, dalla Nouvelle thèologie, degli anni Cinquanta del '900, al progressismo postconciliare, degli anni Sessanta e Settanta, alla “svolta antropologica”, al “biblicismo” ed alla cosiddetta “deellenizzazione”, degli anni successivi, fino a quella ‘secolarizzazione interna che insidia la Chiesa del nostro tempo’ di cui ha parlato recentemente papa Benedetto XVI. Celebrare, perciò, l’enciclica Pascendi significa riproporne ed evidenziarne il valore e l’attualità. Anzi, l’attualità che è fondata sul valore stesso del documento. Gli insegnamenti di san Pio X sono attuali perché consentono di capire la radice di errori che hanno alimentato gravi equivoci ed ancor più pesanti errori tanto nell’ambito della filosofia quanto in quello della teologia. Da essi è derivato quel disorientamento e quella confusione di cui hanno parlato ripetutamente Paolo VI, Giovanni Paolo II e Benedetto XVI. Questi, in particolare, ha lamentato la pretesa di alcune correnti teologiche di introdurre una radicale “discontinuità e rottura” nella storia della Chiesa degli ultimi decenni. San Pio X aveva visto la radice della pretesa modernistica di mutare l’essenza stessa della Rivelazione cristiana, nell’agnosticismo, nel fenomenismo e nello storicismo: insomma, nel soggettivismo che pretende di fare della fede un’esperienza e delle verità da credere una elaborazione ed uno strumento della stessa esperienza soggettiva. In tal modo la Chiesa avrebbe dovuto, anziché insegnare la verità immutabile della salvezza, conformarsi necessariamente allo “spirito del tempo”. San Pio X coglie nella pretesa incapacità della verità (agnosticismo) la premessa della dissoluzione tanto della ragione quanto della fede. Analogamente Benedetto XVI, cento anni dopo, ricorda che la minaccia più grave che incombe sul nostro tempo è la pretesa dell’inaccessibilità della verità, ovvero la “dittatura del relativismo”.

Quali sono gli argomenti che lei solleverebbe per invitare i lettori ad acquistare il libro “Pascendi Dominicis grecis”?

Turco: Suggerire di leggere un libro significa suggerire di incontrare un messaggio (anzi, in questo caso, una dottrina) ed un autore. Ebbene, credo che tanto dall’uno quanto dall’altro punto di vista sia doveroso invitare con convinzione a leggere questa nuova edizione dell’enciclica Pascendi, corredata da una lucida e puntuale introduzione a cura del professor Roberto de Mattei. Il testo, infatti, conserva intatto il suo rilievo e la sua attualità. Non ha un’importanza meramente storica, ma solidamente filosofica e teologica – nonché dogmatica e disciplinare – necessaria per capire posizioni che, nuove solo all’apparenza, hanno le loro premesse nelle tesi che l’Enciclica condanna. L’autore, poi, san Pio X costituisce una delle figure più insigni e vigorose, pur se coperto da una sorta di intenzionale “congiura del silenzio”, che la storia della Chiesa abbia annoverato. L’enciclica Pascendi, nonostante sia un testo molto noto agli studiosi (ed elogiato persino da pensatori che ne rifiutarono l’insegnamento) è di fatto quasi sconosciuto ad un pubblico vasto, potenzialmente interessato a conoscerlo. Mi riferisco ad esempio agli studenti di discipline filosofiche, storiche e teologiche, oltre ovviamente a docenti ed a cultori di tali studi. Credo, inoltre, che sarebbe una lettura utilissima anche, e particolarmente, per sacerdoti e catechisti, giacché l’impianto rigoroso e la penetrazione dottrinale consentono di attingerne elementi sicuramente formativi per il giudizio e per l’insegnamento. E tali da porre al riparo da una sia pure inconsapevole ripetizione di errori ed equivoci di detrimento sia per la fede che per la ragione.

© Copyright Zenit

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O método da Tradição

Cidade do Vaticano (Agência Fides)
AS PALAVRAS DA DOUTRINA de Pe. Nicola Bux e Pe. Salvador Vitiello - “O método da Tradição”.

A obediência à Tradição, ou seja, àquela forma de ensino à qual fomos submetidos, permanece no tempo através da dinâmica do encontro que define o específico cristão: o acontecimento do encontro com a Pessoa de Cristo, cuja presença permanece no tempo através da visibilidade e tangibilidade do corpo eclesial (v. Deus Caritas est n.1). É intenção permanente da Igreja: ser presença divina no mundo. Intenção e identidade profunda da qual todo o Corpo eclesiástico deve estar continuamente consciente, para não se perder em comportamentos «politicamente corretos» ou, pior, naquele «fazer social» tão agradável ao mundo e frequentemente justificado como preparatio evangelica, mas que definitivamente nunca alcança o anúncio explícito de Cristo Único Salvador.A dinâmica do encontro, permite hoje e em qualquer lugar o tradere Christum, a entrega de Cristo: seja a que Ele faz de si mesmo para a humanidade, continuando incessantemente a se doar pela via pneumática, através da Sagrada Escritura e dos sinais sacramentais, principalmente a Santíssima Eucaristia, seja aquela que o Seu Corpo, que é a Igreja, viva e jovem, prolonga com o trabalho do anúncio, da condução das consciências e da santificação. A dinâmica do encontro, então, não é apenas a descrição de um evento do passado, que preservou, ao máximo, alguns homens, os apóstolos e os primeiros discípulos, e que permanece inacessível a nós. O encontro è o próprio modo com que o Mistério escolheu alcançar o homem, cada um dos homens, em todos os tempos.A ineficácia de muita, talvez demasiada, «atividade pastoral» está ligada inevitavelmente à insuficiente compreensão desta questão central de método. Finalmente, graças também à grande contribuição de todas aquelas experiências de movimentos e novas comunidades surgidas no século passado, difundiu-se uma terminologia que fala do «fazer a experiência do Senhor», «encontrar Cristo» (sem tratar aqui da problematicidade que expressões deste tipo suscitavam na teologia do século XIX). É, contudo, essencial que a introdução de uma nova terminologia não seja reduzida a mero nominalismo, mas que a ela corresponda uma real, mais aprofundada e significativa experiência existencial.

O Mistério, escolhendo a via da encarnação, escolheu não passar por cima do humano, mas o salvou assumindo-o e, assim, indo fundo na realidade, fazendo daí emergir a pergunta e colocando-se como a resposta plausível ao coração e à razão, ao sentido religioso humano, às perguntas do eu. Este é o método de Cristo: trazer de volta o homem à realidade do seu eu, às questões fundamentais que fazem parte dele e, uma vez reavivada a questão do sentido, colocar-se como resposta humanamente convincente, pois é capaz de não censurar nada (nem coração, nem razão) mas de abraçar a integridade da pessoa.Atualmente, a pastoral, se quiser continuar a tradere Christum, anunciar o Senhor, deve ajudar os homens a viver o real; a não procurar pequenos consolos na fuga da realidade, fuga que jamais foi pregada pelo cristianismo. No confronto com o real, o dualismo filosófico e prático que separou a razão do ser, do qual todos, por óbvias circunstâncias históricas, podemos ser vítimas, está superado. A realidade, qualquer realidade, impondo-se, pelo simples fato de sê-lo, coloca uma pergunta à qual o coração e a razão, a afeição e a inteligência são chamados a dar uma resposta. Vertigem da razão é no que se torna a possibilidade de estar à porta do Mistério, admitir não compreender todas as coisas e, assim, ter que reconhecer o próprio limite.

A resposta para este limite, o qual conflita com o coração do homem que questiona, ou melhor, grita por uma necessidade infinita de significado, é Cristo: o Mistério Encarnado, o Mistério que se torna experiência acessível e que, exatamente através desta acessibilidade, desdobra todo o poder do questionamento do coração humano. O método de Cristo é e deve ser, então, também o método da Tradição, o método da Comunhão eclesial plena de razões, o método da comunicação do Evangelho vivo, o método de toda ação «pastoral» que não queira autocondenar-se à ineficácia.Esta perspectiva está muito longe da indulgência infinita aos preâmbulos ou de um «diálogo artificial dos valores», que nunca põem em jogo a pessoa, o eu, com as suas questões. Quanto está distante um chamado à realidade e ao indispensável confronto com ela, daquelas impostações que confundem os fins (o anúncio de Cristo) com os meios (o diálogo) e, inevitavelmente, passam por cima do eu.

Os atuais debates sobre laicidade do Estado, sobre a presumida incompatibilidade entre monoteísmo e democracia, sobre a necessidade de um «saudável» relativismo (alguns falam até mesmo de um relativismo cristão) que impeça o conflito, sobre a legitimidade da Igreja a intervir publicamente, mesmo de modo pontual, sobre questões de natureza ética e civil, se arriscam, em realidade, com freqüência, cair numa autolimitação ilegítima e injustificada da dimensão verdadeira universal do Acontecimento cristão. Tais debates, além de mostrarem na sua concreta realização uma incapacidade de ver a realidade já que, com muita freqüência, às «cátedras dos não fiéis» patrocinados por certa «pastoral do diálogo» participam várias irmãs e fiéis leigos que saem destes debates confusos e desorientados, enquanto estas cátedras são sistematicamente abandonadas pelos destinatários originais (e justamente não fiéis), são um sinal preocupante da profunda falta de compreensão do método da Tradição.

Cristo se comunica atualmente exatamente como Ele mesmo escolheu se comunicar dois mil anos atrás: entrando na realidade, trazendo o homem de volta às suas questões principais e oferecendo-se como companhia, experiência humanamente convincente, início de uma comunhão nova que, plena de afeição e sabedoria, livra o homem. Uma perspectiva de método como esta só será retomada com força se houver coragem de indicar Cristo e a Igreja, e não o caminho da dúvida e do relativismo, como a resposta adequada ao coração do homem, ele próprio despertado pelo encontro com a humanidade modificada pelos fiéis, e poderá se afirmar que se é autenticamente missionário e de ter compreendido o método da Tradição. (Agência Fides)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

O NOVO MOVIMENTO LITURGICO DE BENTO XVI

Fondamentali considerazioni per il Nuovo Movimento Liturgico. Parla il Papa.

"Così, miei cari amici, vorrei esortarvi a non perdere la pazienza, a continuare ad essere fiduciosi e ad attingere dalla liturgia la forza per rendere testimonianza al Signore in questo nostro tempo".
(Benedetto XVI)


http://www.rinascimentosacro.com/2007/11/fondamentali-considerazioni-per-il.html

PROPOSTA DE LEITURA: MEDIATOR DEI (PORTUGUÊS)

http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_20111947_mediator-dei_po.html

60 ANOS DA MEDIATOR DEI DE PIO XII

A sessant'anni dall'enciclica di Pio XII "Mediator Dei"
Sulla liturgia confrontarsi senza alcun pregiudizio
Nicola Bux

È in atto una battaglia sulla liturgia: diversamente da quella che agli inizi del secolo scorso diede origine al movimento liturgico, la materia del contendere non è appena il rito romano antico. Tuttavia il Santo Padre ci rassicura: la lotta per la corretta interpretazione e la degna celebrazione della sacra liturgia è necessaria in ogni generazione. È grande la posta in gioco: "giungere ad una riconciliazione interna nel seno della Chiesa" (Lettera apostolica circa il Motu proprio Summorum Pontificum, 7 luglio 2007), anche per portare a compimento la riforma liturgica. Lasceremo cadere l'invito, se amiamo veramente la Chiesa e la sacra liturgia? Ora, se quanti amano o scoprono la precedente tradizione liturgica devono anche convincersi "del valore e della santità del nuovo rito", tutti gli altri dovrebbero riflettere sul fatto che "nella storia della liturgia c'è crescita e progresso, ma nessuna rottura. Ciò che per le generazioni anteriori era sacro, anche per noi resta sacro e grande, e non può essere improvvisamente del tutto proibito o, addirittura, giudicato dannoso". Le parole di Benedetto XVI richiamano queste altre: "Se da una parte constatiamo con dolore che in alcune regioni il senso, la conoscenza e lo studio della liturgia sono talvolta scarsi o quasi nulli, dall'altra notiamo con molta apprensione che alcuni sono troppo avidi di novità e si allontanano dalla via della sana dottrina e della prudenza. Giacché all'intenzione e al desiderio di un rinnovamento liturgico, essi frappongono spesso principi che, in teoria o in pratica, compromettono questa santissima causa, e spesso la contaminano di errori che toccano la fede cattolica e la dottrina ascetica". Chi le ha scritte è Pio XII, nell'Introduzione dell'enciclica Mediator Dei. La logica è la medesima: la tradizione è necessaria e l'innovazione ineluttabile, ed entrambe sono nella natura del corpo ecclesiale come del corpo umano. Non si oppongono ma sono complementari e interdipendenti. Pertanto non ha senso essere ad oltranza innovatori o tradizionalisti. Semmai bisogna incontrarsi e confrontarsi senza pregiudizio e con grande carità, ancora sotto la guida della Congregazione per il Culto Divino e la Disciplina dei Sacramenti e con l'aiuto dell'ordine di san Benedetto, entrambi menzionati nell'enciclica. Cominciamo proprio dalla Mediator Dei, pubblicata il 20 novembre 1947, dal servo di Dio Pio XII: il documento dottrinale più importante sulla liturgia prima del concilio Vaticano II, senza del quale la costituzione sulla sacra liturgia, emanata solo sedici anni dopo, il 4 dicembre 1963, non si comprende appieno. Ne è la fonte principale quanto ad impostazione classica e a contenuti dottrinali e un termine di paragone con le istanze antiche e nuove della liturgia. Leggendo l'enciclica a sessant'anni dalla sua promulgazione, si viene aiutati a superare il pregiudizio verso la Chiesa preconciliare ed anche verso un Papa, definito dal suo successore Giovanni XXIII: Doctor optimus, Ecclesiae sanctae lumen, divinae legis ad monitor nella prima enciclica Ad Petri Cathedram. Sono i tre titoli che un'antifona liturgica del Messale romano conferisce ai dottori della Chiesa. Pio XII non si limitò ad enunciare la dottrina mediante l'enciclica, ma fece seguire le riforme: il permesso di usare le lingue locali accanto al latino per alcune parti dei riti liturgici in quei paesi europei e latino-americani dove l'unità cattolica non era a rischio; il permesso a determinate condizioni di celebrare la messa vespertina (1957), riscoprendo il giorno liturgico; la revisione delle norme sul digiuno eucaristico (1953) e le indicazioni per il rinnovamento della musica sacra sulle orme di san Pio X. È noto che già nel 1946 "Pio XII aveva istituito una commissione per la riforma generale della liturgia, che avrebbe iniziato i propri lavori nel 1948 e che, nel 1959, sarebbe confluita nella commissione preparatoria del concilio per la liturgia. Non è dunque fuori luogo affermare che la costituzione sulla liturgia del Vaticano II aveva cominciato ad essere predisposta fin dal 1948, prendendo spunto dall'enciclica" (Andrea Tornelli, Pio XII. Eugenio Pacelli, un uomo sul trono di Pietro, Milano, 2007, pagina 510). L'approfondito lavoro preparatorio eviterà al progetto di costituzione conciliare, a differenza di tutti gli altri, la bocciatura. Tutto questo prende avvio dall'enciclica Mediator Dei, e farebbero attribuire al grande pontefice anche il titolo di divini cultus instaurator.

Culmine e fonte

Il culto o la liturgia avviene soltanto per, con e in Gesù Cristo: diversamente non arriva a Dio Padre per adorarlo e nemmeno a noi per santificarci. Quindi non la facciamo noi e ciò spiega l'esordio dell'enciclica: ""Il Mediatore tra Dio e gli uomini" (1 Timoteo, 2, 5), il grande pontefice che penetrò i cieli, Gesù Figlio di Dio (cfr Ebrei, 4, 14) assumendosi l'opera di misericordia con la quale arricchì il genere umano di doni soprannaturali (...) attese a procurare la salute delle anime con il continuo esercizio della preghiera e del sacrificio, finché, sulla Croce, si offrì vittima immacolata a Dio per mondare la nostra coscienza dalle opere morte onde servire al Dio vivo (cfr ivi, 9, 14) (...). Il Divin Redentore volle, poi, che la vita sacerdotale da Lui iniziata nel suo Corpo mortale (...) non cessasse nel corso dei secoli nel suo Corpo Mistico che è la Chiesa; e perciò offrì un sacerdozio visibile per offrire dovunque la oblazione monda (cfr Malachia, 1, 11), affinché tutti gli uomini, dall'Oriente e dall'Occidente, liberati dal peccato, per dovere di coscienza servissero spontaneamente e volentieri a Dio. La Chiesa dunque, fedele al mandato ricevuto dal suo Fondatore, continua l'ufficio sacerdotale di Gesù Cristo soprattutto con la Sacra Liturgia". Una simile introduzione fa capire che nessuno possa parlare di liturgia senza partire da Cristo in quanto Mediator Dei e senza intenderla come manifestazione somma e continua di tale mediazione. Egli è il "luogo" dell'incontro tra Dio e l'uomo e fa della liturgia il culmine della vita della Chiesa e la fonte di ogni grazia. La liturgia culmen et fons, l'endiadi ormai celebre della Sacrosanctum Concilium che ne sintetizza il concetto, è già nella introduzione della Mediator Dei. La prima parte dell'enciclica s'intitola "Natura, origine e progresso della liturgia". L'uomo deve convertirsi a Dio, orientarsi a lui: questo si manifesta rendendo "il debito culto all'unico e vero Dio" (I, 1): nell'Antico Testamento è Dio stesso a stabilire le norme del culto; nel Nuovo Testamento è la rivelazione che Gesù stesso compie con i fatti della sua vita, morte e risurrezione a diventar offerta o culto gradito a Dio, finché "entrando, poi, nella beatitudine celeste vuole che il culto da lui istituito e prestato durante la sua vita terrena continui ininterrottamente" (I, 1). L'opera della redenzione di Cristo viene in modo analogo riproposta nella costituzione Sacrosanctum Concilium (cfr 5-6). Alla volontà del Signore l'enciclica fa risalire le norme e istituzioni liturgiche: esse hanno in lui l'autore e perciò vanno trattate con obbedienza gioiosa. L'altare sul quale si presenta il sacrificio eucaristico è elevato verso l'alto, è un'ara alta e non una tavola, a significare che la liturgia la riceviamo dall'alto e non la confezioniamo dal basso. C'è un secondo elemento essenziale della liturgia cattolica: "In ogni azione liturgica, quindi, insieme con la Chiesa è presente il suo Divin Fondatore: Cristo è presente nell'augusto Sacrificio dell'altare sia nella persona del suo ministro, sia massimamente sotto le specie eucaristiche; è presente nei sacramenti con la virtù che in essi trasfonde perché siano strumenti efficaci di santità; è presente infine nelle lodi e nelle suppliche a Dio rivolte, come sta scritto: "Dove sono due o tre adunati in nome mio, ivi sono in mezzo ad essi" (Matteo, 18, 20)" (I, 1). Il versetto viene ripreso nel noto paragrafo della costituzione liturgica sulla presenza di Cristo (n 7) con la sola aggiunta "È presente nella sua parola, giacché e Lui che parla quando nella Chiesa si legge la Sacra Scrittura"; in precedenza indica Cristo quale "Mediatore tra Dio e gli uomini" e "pienezza del culto divino" (n 5). L'enciclica ha potuto così definire la liturgia "il culto integrale del Corpo mistico di Gesù Cristo, cioè del Capo e delle sue membra". La liturgia serve ad elevare sempre più l'anima verso Dio, a con-sacrarla: "così il sacerdozio di Gesù Cristo è sempre in atto nella successione dei tempi, non essendo altro la liturgia che l'esercizio di questo sacerdozio" (I, 1). Il sacerdote, vescovo e presbitero, sa che vi partecipa intimamente lui stesso e che - sacerdozio indica il sacro - deve aiutare l'uomo a salire sempre di più verso Dio Padre, fonte della santità; ne sono strumento efficace i riti del culto sacramentale, azioni liturgiche reiterate secondo un ordine, come un esercizio ginnico per lo spirito. È la ragione per cui "tutto il complesso del culto che la Chiesa rende a Dio deve essere interno ed esterno. È esterno perché lo richiede la natura dell'uomo composto di anima e di corpo; perché Dio ha disposto che "conoscendolo per mezzo delle cose visibili, siamo attratti all'amore delle cose invisibili" (Messale romano, prefazio del Natale)" (I, 2). Il culto non riguarda solo il singolo ma anche l'umanità; in esso si manifesta in special modo l'unità del Corpo mistico che è la Chiesa. "Ma l'elemento essenziale del culto deve essere quello interno; è necessario difatti vivere sempre nel Cristo, tutto a Lui dedicarsi affinché in Lui, con Lui e per Lui si dia gloria al Padre. La sacra liturgia richiede che questi due elementi siano intimamente congiunti (...) Diversamente, la religione diventa un formalismo senza fondamento e senza contenuto (...) il Divino Maestro stima indegni del sacro tempio ed espelle coloro i quali credono di onorare Dio soltanto col suono di ben costrutte parole e con pose teatrali, e son persuasi di poter benissimo provvedere alla loro salvezza eterna senza sradicare dall'anima i vizi inveterati (cfr Marco, 7, 6; Isaia, 29, 13)" (I, 2). L'enciclica, secondo la dottrina classica dell'ex opere operato e dell'ex opere operantis Ecclesiae, ricorda "che il culto reso a Dio dalla Chiesa in unione col suo Capo divino ha la massima efficacia di santificazione" nella messa e nei sacramenti. Mette in guardia così dalle teorie sulla "pietà oggettiva" che portano a trascurare la "pietà soggettiva" o personale. Tali teorie rivivono oggi nell'idea che la "partecipazione comunitaria" alla liturgia sia esclusiva. Invece, l'efficacia oggettiva della liturgia esige le buone disposizioni nell'anima del fedele come del prete, non solo durante ma anche in preparazione ad essa. L'enciclica perciò richiama, in specie dinanzi all'eucaristia, il paolino "Ciascuno esamini se stesso". Così, viene ricordato l'atteggiamento giusto per partecipare alla liturgia: "La genuina pietà, che l'Angelico chiama "'devozione" e che è l'atto principale della virtù della religione col quale gli uomini si ordinano rettamente, si orientano opportunamente verso Dio, e liberamente si dedicano al culto" (cfr san Tommaso, Summa Theol. II.a IIae, q. 82 a. 1). Per questo bisogna "sottomettere i nostri sensi e le loro facoltà alla ragione illuminata dalla fede"; per farlo "è necessario tener presente l'insegnamento: "Voi siete di Cristo e Cristo è di Dio" (cfr 1 Corinzi, 3, 23)". La vera pietà o devozione, necessaria alla liturgia, discende dall'appartenenza a Cristo e mediante lui a Dio. La coscienza di appartenere al Signore fa sì che il culto operi incessantemente "finché il Cristo non sia formato in noi (cfr Galati, 4, 19)" (I, 2). Sulla corrispondenza tra la lex orandi e quella della fede deve vigilare la gerarchia ecclesiastica, perché il culto che la Chiesa rende a Dio è "una continua professione di fede cattolica e un esercizio della speranza e della carità" (I, 2).

Manifestazione della Chiesa

Pio XII, riallacciandosi alla costituzione Divini cultus del suo predecessore Pio XI, osserva che la gerarchia ecclesiastica "non dubitò, salva la sostanza del sacrificio eucaristico e dei sacramenti, di mutare ciò che non riteneva adatto, aggiungere ciò che meglio sembrava contribuire all'onore di Gesù Cristo e della augusta Trinità, all'istruzione e a stimolo salutare del popolo cristiano" (I, 4). La liturgia infatti è composta di elementi divini e umani: "Di qui viene che talvolta sono richiamate nell'uso e rinnovate pie istituzioni obliterate nel tempo" (I, 4). È il criterio che guiderà il Papa nel restauro dell'Ordo della Settimana Santa, rimettendo in uso le tradizioni antiche e che sarà recepito dalla costituzione conciliare (cfr Sacrosanctum Concilium, n. 50). Papa Paolo VI riusciva ad applicarlo ancora nell'edizione del messale romano del 1965, quando preservava la messa antica, alleggerendola da duplicati tardivi. Esso ritorna in auge col Motu proprio di Benedetto XVI. Quel criterio, secondo la Mediator Dei, presiede all'evoluzione dei riti, ma senza cadere nell'archeologismo: "La Liturgia dell'epoca antica è senza dubbio degna di venerazione, ma un antico uso non è, a motivo soltanto della sua antichità, il migliore (...) Anche i riti liturgici più recenti sono rispettabili, poiché sono sorti per influsso dello Spirito Santo" (I, 5). La riforma liturgica - secondo Pio XII - risulta dunque dalla necessità delle cose, perché la liturgia stessa è una forma che continuamente tende a ri-formarsi nel senso dello sviluppo organico. Gli abusi non possono metterla in dubbio; perciò egli rammenta che "per tutelare la santità del culto contro gli abusi" esiste la Congregazione dei Riti. La liturgia è manifestazione della Chiesa corpo e Capo, organismo che produce energie sempre nuove pur conservando la sua forma fondamentale. Tutto questo sarà ribadito dalla costituzione liturgica (cfr n. 21). Ma Pio XII ricorda anche che allo sviluppo della liturgia ha contribuito notevolmente la pietà del popolo, cioè la partecipazione "agli stessi sentimenti che furono di Cristo Gesù". Quanti hanno scritto che prima del concilio la liturgia non favoriva la partecipazione e che col concilio si è restituita la liturgia al popolo! Invece, nella seconda parte l'enciclica tocca il culto eucaristico e al suo interno quello della partecipazione dei fedeli "non con una assistenza passiva, negligente e distratta ma con tale impegno e fervore da porsi in intimo contatto col Sommo sacerdote, come dice l'Apostolo: "Abbiate in voi gli stessi sentimenti che furono di Cristo Gesù" (Filippesi, 2, 5), offrendo con Lui e per Lui, santificandosi con Lui" (II, 2). Si può pensare che la partecipazione alla liturgia auspicata dal concilio dovrebbe prescindere da ciò? Cosa sarebbe se non esigesse "di riprodurre in sé, per quanto è in potere dell'uomo, lo stesso stato d'animo che aveva il Divin redentore quando faceva il sacrificio di sé: l'umile sottomissione dello spirito, cioè l'adorazione, l'onore, la lode, il ringraziamento alla somma Maestà di Dio (...) Esige in una parola, la nostra mistica morte in Croce col Cristo" (II, 2)? Il concilio ha mutato qualcosa in proposito? Il culmine della partecipazione dei fedeli - secondo Pio XII - è offrire il sacrificio eucaristico insieme al sacerdote, in quanto devono offrire se stessi come vittime, e cita in tal senso la lettera ai Romani: "Vi scongiuro, dunque, o fratelli...di offrire i vostri corpi come vittima viva, santa, a Dio gradevole, come vostro culto razionale" (12, 1). A questo punto, ricorda l'enciclica, si può dire dei fedeli quanto dice il Canone romano: "ti è conosciuta la fede e nota la devozione" (II, 2). Anche san Leone Magno nel V secolo, si domandava: "Non è forse funzione sacerdotale consacrare al Signore una coscienza pura e offrirgli sull'altare del cuore i sacrifici immacolati del nostro culto?" (Discorsi, 4, 2). Così la liturgia aiuta il fedele ad attuare quanto dice l'Apostolo: "Sono confitto con Cristo in croce, e vivo non già più io, ma è Cristo che vive in me" (Galati, 2, 19-20). Poteva il concilio sul tema della partecipazione intendere altro? L'enciclica tratta pure dei mezzi per promuoverla: dalle risposte al sacerdote ai canti. Tuttavia il prendere parte esteriore non vale quanto la coscienza di essere parte del Corpo di Cristo, che è il senso vero della partecipazione alla liturgia. La partecipazione dei fedeli mira "a che la loro vita si arricchisca e cresca ogni giorno più la gloria del Padre celeste" (II, 2). Allora essa non vuol dire innanzitutto che tutti possano "fare qualcosa" ma che vi sono prima altre modalità più profonde, quali il silenzio, la riverenza al mistero, l'attenzione ai segni. La partecipazione è inscindibile dalla pietà perché il culto cristiano deve contribuire alla santificazione dei fedeli; i riti della liturgia hanno la funzione mistagogica di realizzare l'unione dei fedeli con Dio, la loro "divinizzazione". Per questo, con grande intuito pastorale, il Papa mira a renderli più intelligibili: in che senso? Assicurando la partecipazione "agevole e fruttuosa", che culmini nella comunione sacramentale e mistica col Signore. Pio XII interverrà ancora (1957) per precisare il dovere di una partecipazione attiva e cosciente dei fedeli. La natura della liturgia richiede la partecipazione dei fedeli. Su tale tema della Mediator Dei farà quasi da contrappunto la Sacrosanctum Concilium (in specie n. 14; cfr anche n. 11.19.21.26-31.48.50.114.124), declinandolo nel primato della parola di Dio nella liturgia, nell'uso della lingua locale nei riti affiancando il latino, nell'adattamento legittimo per favorire i fedeli provenienti da culture diverse, salva la sostanziale unità del rito romano. Non tratteremo di quanto dice l'enciclica della comunione eucaristica, se non per sottolineare l'importanza della preparazione ad essa e del ringraziamento, in quanto "per mezzo del sacramento dell'Eucaristia, Cristo dimora in noi, e noi dimoriamo in Cristo; e come Cristo rimanendo in noi vive ed opera, così è necessario che noi rimanendo in Cristo, per Lui viviamo e operiamo" (II, 3). Così comincia l'adorazione di Cristo nei nostri cuori: in essa la partecipazione dei fedeli raggiunge il suo culmine mentre la stessa liturgia manifesta il suo fine (cfr II, 4). La propositio numero 6 del Sinodo sull'Eucaristia del 2005, riconosce che l'adorazione "scaturisce dall'azione eucaristica - che in se stessa è il più grande atto d'adorazione della Chiesa, che abilita i fedeli a partecipare pienamente, consapevolmente, attivamente e fruttuosamente al sacrificio di Cristo secondo il desiderio del Concilio Vaticano II - e ad essa riconduce". Il collegamento tra celebrazione ed adorazione è stato rilanciato da Papa Benedetto XVI nel discorso alla Curia romana del 22 dicembre 2005: "Nel periodo della riforma liturgica spesso la Messa considerata come Cena eucaristica e l'adorazione del SS.mo Sacramento erano viste come in contrasto tra loro: il Pane eucaristico non ci sarebbe stato dato per esser contemplato, ma per essere mangiato, secondo un'obiezione allora diffusa. Nell'esperienza di preghiera della Chiesa si è ormai manifestata la mancanza di senso di tale contrapposizione. Già Agostino aveva detto: "nemo autem illum carnem manducat, nisi prius adoraverit...peccemus non adorando - Nessuno mangia questa carne senza prima adorarla; peccheremmo se non la adorassimo" (cfr Enarrationes in Psalmos, 98, 9 CCL XXXIX 1385). Di fatto, non è che nell'Eucaristia riceviamo semplicemente una qualche cosa. Essa è l'incontro e l'unificazione di persone; la persona, però, che ci viene incontro e desidera unirsi a noi è il Figlio di Dio. Una tale unificazione può soltanto realizzarsi secondo le modalità dell'adorazione. Ricevere l'Eucaristia significa adorare Colui che riceviamo. Proprio così e soltanto così diventiamo una sola cosa con Lui (...) E proprio in questo atto personale di incontro col Signore matura anche la missione sociale che nell'Eucaristia è racchiusa e che vuole rompere le barriere non solo tra il Signore e noi, ma anche e soprattutto le barriere che ci separano gli uni dagli altri". Questa lunga citazione non è una digressione, in quanto contiene la frase di sant'Agostino che si trova pure nella Mediator Dei all'interno del paragrafo sull'adorazione eucaristica (II, 4), segno che non c'è discontinuità tra il magistero di Pio XII e quello della Chiesa odierna. L'adorazione richiama la necessità delle disposizioni per ricevere Cristo con la dovuta riverenza, e in particolare che l'Eucaristia è ad un tempo sacrificio e sacramento. Anche per questo la Chiesa sin dall'antichità non ha mai considerato conflittuale la presenza della custodia eucaristica sull'altare della celebrazione.

La centralità di Cristo

L'enciclica tratta nella terza parte dell'ufficio divino e dell'anno liturgico, movendo dal principio che l'ideale della vita cristiana è nell'unione intima con Dio la quale può avvenire solo ""per il Signore nostro Gesù Cristo", che, mediatore tra noi e Dio, mostra al Padre celeste le sue stimmate gloriose, "sempre vivente per intercedere per noi" (Ebrei, 7, 25)" (III, 1). Si raccomanda ai fedeli la recita dei salmi e la partecipazione attiva alla recita del vespro domenicale e festivo. Quanto all'anno liturgico si ricorda che ha al centro la "persona di Gesù Cristo (...) il nostro salvatore nei misteri di umiliazione, di redenzione e di trionfo. Rievocando questi misteri di Gesù Cristo la sacra liturgia mira a farvi partecipare tutti i credenti in modo che il Divin capo del Corpo mistico viva nella pienezza della sua santità nelle singole membra" (III, 2). In tale contesto il Papa non manca di stigmatizzare "quanto siano lontani dal vero e genuino concetto di liturgia quegli scrittori moderni i quali, ingannati da una pretesa più alta disciplina mistica, osano affermare che non ci si deve concentrare sul Cristo storico, ma sul Cristo "pneumatico e glorificato"; e non dubitano di asserire che nella pietà dei fedeli si sarebbe verificato un mutamento, per cui il Cristo è stato quasi detronizzato, con l'occultamento del Cristo glorificato che vive e regna nei secoli dei secoli e siede alla destra del Padre, mentre al suo posto è subentrato il Cristo della vita terrena. Alcuni, perciò, arrivano a rimuovere dalle chiese le immagini del Divin redentore che soffre in Croce. Ma queste false opinioni sono del tutto contrarie alla sacra dottrina tradizionale. "Credi nel Cristo nato nella carne - così sant'Agostino - e arriverai al Cristo nato da Dio, presso Dio" (Enarrationes in Psalmos, 123, n. 2). La sacra Liturgia, poi, si propone tutto il Cristo, nei vari aspetti della sua vita" (III, 2), come ancora fa la liturgia orientale. È il perdurare dei misteri di Cristo nel mistero della Chiesa, con la Vergine e i santi (cfr III, 3). La quarta parte dell'enciclica è dedicata alle direttive pastorali: dalla raccomandazione delle forme di pietà quali l'esame di coscienza, alle quali "non può essere estranea l'ispirazione e l'azione dello Spirito Santo" (IV, 1), a quella di evitare "che le preghiere liturgiche si riducano a un vano ritualismo". Se ne parla ancora, ma siamo fuori tempo massimo, perché è il secolarismo ad insidiare oggi il culto cristiano. Il vero fine da raggiungere resta quello di "essere santi e immacolati al suo cospetto" (Efesini, 1, 4). Così si promuoverà lo spirito e l'apostolato liturgico affinché, come aveva detto Pio X nel Motu proprio Tra le sollecitudini, nella liturgia risplendano "tre ornamenti": "la santità, cioè, che aborre ogni influenza profana; la nobiltà delle immagini e delle forme alla quale serve ogni arte genuina e migliore; l'universalità, infine, la quale, conservando i legittimi costumi e le legittime consuetudini regionali, esprime la cattolica unità della Chiesa" (IV, 2). E non manca di deplorare quanti moltiplicano senza giusto motivo le immagini, espongono reliquie non autentiche e altri abusi. Sulle orme dei suoi predecessori Pio X e Pio XI, Pio XII esorta a promuovere la musica sacra e il canto gregoriano anche nell'uso del popolo, le scholae cantorum, le risposte alle preghiere in latino e in volgare, senza escludere la musica e il canto moderno, purché conveniente alla santità del luogo e all'azione sacra e senza ricercare effetti straordinari e insoliti, infine il canto religioso popolare. In merito all'arte sacra raccomanda di evitare "con saggio equilibrio l'eccessivo realismo da una parte e l'esagerato simbolismo dall'altra, e tenendo conto delle esigenze della comunità cristiana, piuttosto che del giudizio e del gusto personale degli artisti" e come "assolutamente necessario dar libero campo anche all'arte moderna, se serve, con la dovuta riverenza e il dovuto onore, ai sacri edifici e ai riti sacri; in modo che anch'essa possa unire la sua voce al mirabile cantico di gloria che i geni hanno cantato nei secoli passati alla fede cattolica" (IV, 2). Questa raccomandazione, particolarmente urgente nel momento in cui ci si accingeva a restaurare o riedificare gli edifici di culto distrutti dalla guerra, fu raccolta poi da Paolo VI e resta attuale. A essa Pio XII univa la preoccupazione per la formazione del clero e dei laici che servivano all'altare, perciò rinviava al tesoro contenuto nella sacra liturgia atta a formare il pensiero e l'azione dei cristiani nel mondo, senza separarla dalla spiritualità. Da ultimo egli ricorda che la liturgia sulla terra è preparazione e auspicio di quella celeste, dove "in compagnia con la eccelsa Madre di Dio e dolcissima Madre nostra, canteremo: "A Colui che siede sul trono e all'Agnello, benedizione e onore e potenza nei secoli dei secoli" (Apocalisse, 5, 13)" (IV, 2). Nella sacra liturgia non si misura né il tempo, né lo splendore, né la cera, né l'incenso, perché nulla è più importante dell'opus Dei che essa stessa è, e che ne fa l'anticipo del paradiso. Itinerario dal sensibile allo spirituale, orienta alla Gerusalemme di lassù, dove Cristo è il Signore e attende noi pellegrinanti verso il cielo. La liturgia terrena si svolge in un tempio manufatto e avrà fine; mentre nell'eterna Gerusalemme "il suo tempio è il Signore Dio onnipotente e l'Agnello" (Apocalisse, 21, 22). La liturgia costituisce un appello permanente a entrare nella città celeste. Per i padri della Chiesa la liturgia è il mistero divino affidato agli uomini, perciò va trattata con le mani velate, come quelle degli angeli bizantini. "E chi non farà questo - ammonisce san Francesco - sappia che deve rendere ragione al Signore nostro Gesù Cristo nel giorno del giudizio" (Epistola al clero, 14).

Nulla veramente cambia della dottrina tradizionale

Annotavamo all'inizio, che la causa remota dell'opposizione al rito romano antico è altra. In non pochi interventi contrari al Motu proprio si avanza la tesi di non potersi riconoscere nella Chiesa espressa dal messale di san Pio V, malgrado abbia conosciuto ancora una riedizione col beato Giovanni XXIII e con esso si sia celebrato durante il concilio ecumenico Vaticano II; ora, come combinarla con l'affermazione fatta da Paolo VI durante l'assise: "nulla veramente cambia della dottrina tradizionale. Ciò che Cristo volle, vogliamo noi pure. Ciò che era resta. Ciò che la Chiesa per secoli insegnò, noi insegniamo parimenti"? Poiché nella sacra liturgia si manifesta la Chiesa una e cattolica, santa ed apostolica che è la medesima in tutti i tempi, sembra che i suddetti interventi tradiscano un'idea di Chiesa differente da quella che il concilio ha definito nella costituzione dogmatica Lumen gentium e che sottostà alla Sacrosantum Concilium. Quest'ultima, come abbiamo mostrato, si deve alla preparazione condotta dall'opera riformatrice di Pio XII e ancor prima alla sua riflessione sulla Chiesa come corpo mistico di Cristo nell'enciclica Mystici corporis a sua volta recepita nella Lumen gentium. La dottrina della Chiesa quale corpo unito a Cristo e quella del culto integrale, cioè dell'intero corpo di Cristo, capo e membra, sono inscindibili: merito dell'enciclica Mediator Dei che su tale solida base ha avviato un equilibrata riforma della liturgia.(©L'Osservatore Romano - 18 novembre 2007)

A QUESTÃO DA LIBERDADE RELIGIOSA

VATICANO - AS PALAVRAS DA DOUTRINA, do pe. Nicola Bux e pe. Salvatore Vitiello
Cidade do Vaticano (Agência Fides)

Liberdade religiosa.

Damos início hoje a esta nova seção semanal intitulada «As palavras da doutrina» e parece-nos útil e apropriado iniciar com um tema que, com muita vivacidade, é debatido nos dias de hoje, inclusive pelas particulares circunstâncias histórico-culturais e internacionais que somos chamados a viver.

A liberdade religiosa imerge historicamente as próprias raízes em um passado remoto, onde esta se identifica como reivindicação dos fiéis do direito de professar a própria fé em relação à autoridade constituída e ao clima cultural dominante.As civilizações da antiguidade não conheciam a exigência de uma distinção entre a esfera civil e aquela religiosa. O soberano, nessas civilizações, coincidia com a divindade, vindo a constituir o ponto de convergência do sagrado e do profano, do civil e do religioso. Tal concepção filosófico-religiosa permeou também a juridicamente evoluída civilização romana, na qual a reivindicação imperial da divindade representou uma verdadeira obrigação legal-moral para o povo, que revelava a lealdade ao estado.Entre as culturas antigas, é a hebraica a introduzir uma primeira distinção entre a obediência a um poder constituído, que reivindica prerrogativas divinas, e a obediência à própria consciência e a quanto por essa requerida. A verdadeira novidade no panorama histórico, filosófico e jurídico da antiguidade é constituída pelo cristianismo, que reivindica a liberdade de não queimar o incenso ao imperador e de professar a fé em Jesus Cristo.Tertulliano escreveu, com singular incisividade: «Façam atenção que não seja um crime de sacrilégio tirar dos homens a liberdade de religião e proibir-lhes a escolha das próprias divindades. Ou seja, o não permitir de honrar quem se quer honrar» (Apologeticum, XXIV, 6).O princípio de distinção entre esfera civil e esfera religiosa foi introduzido na história da humanidade pelas palavras de Jesus Cristo: «Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus» (Mt 22, 21).O testemunho do martírio dos cristãos nos primeiros três séculos da nossa era é uma das mais significativas páginas da história da liberdade religiosa, que deve sempre ser defendida e reivindicada a qualquer preço. Uma história na qual liberdade religiosa e liberdade de consciência, mesmo distintas filosoficamente, se entrelaçam historicamente, mostrando como os dois conceitos sejam absolutamente inseparáveis, ou melhor, se relacionam em uma clara circularidade de recíproca justificação.A liberdade religiosa se apresenta assim como um elemento constitutivo da pessoa humana, seu direito nativo e natural, indisponível a qualquer impedimento externo, seja de caráter estatal e público, seja de tipo relacional-interpessoal. O único «condicionamento» tolerado pela liberdade religiosa é o da obediência e da coerência com a própria consciência, em harmonia com o reto uso da razão, que busca a verdade e vive segundo a verdade encontrada e no respeito da ordem pública. De tal «ordem» são parte integrante o respeito pelo outro e o conhecido princípio de reciprocidade.A positivização jurídica da liberdade religiosa vê, na idade contemporânea, um florescer de declarações, documentos internacionais e constituições estatais, na qual é quase que definitivamente afirmada como direito inalienável. As ideologias do século XX, o renascimento dos integralismos religiosos e uma certa difundida mentalidade ideologicamente próxima de posições laicistas, incapazes de autêntico diálogo, constituem o pano de fundo no qual, inclusive no coração da chamada «pós-modernidade», é possível fazer experiência de graves violações da liberdade religiosa, mostrando como esta representa sempre um princípio a ser defendido com indômita vigilância.A plena recuperação do tema por parte da declaração Dignitatis humanae do Concílio Vaticano II (AAS 58-1966, 929-946), que funda o direito à liberdade religiosa sobre a dignidade da pessoa humana e requer pleno reconhecimento às ordenações jurídicas das sociedades, seja para os indivíduos, seja para as comunidades, representa uma imprescindível contribuição à compreensão da natureza da própria liberdade religiosa. O texto conciliar deve ser, todavia, compreendido à luz de uma precisa circunstância histórica (a condição dos cristãos perseguidos nos regimes totalitários do século XX) e de uma imprescindível condição teológica: a exclusão de qualquer forma de pluralismo teocêntrico que tende a colocar todas as religiões no mesmo plano da verdade. Se os homens que as professam têm os mesmos direitos e dignidade, a questão da verdade não é, em nenhum caso, arbitrária. Com o início do pontificado de Bento XVI, felizmente nos encontramos no «diálogo da verdade». Este se funda necessariamente no reconhecimento compartilhado - contra qualquer pretensão relativista - que a Verdade foi revelada e se tornou compreensível aos fiéis. (Agência Fides 23/2/2006)

MISSA DE PIO V NÃO É UMA QUESTÃO LINGÜÍSTICA

Date di nascita

Il latino non c’entra, celebrare la Messa secondo il rito di san Pio V non è una questione linguistica
Francesco Agnoli

Ci sono sacerdoti, vescovi e fedeli, per i quali la chiesa cattolica è un giovane virgulto di una quarantina d’anni. Daterebbe, la sua nascita, all’incirca 1960 anni dopo Cristo, e coinciderebbe con il Concilio Vaticano II e poi, ancor più, con la riforma liturgica del 1970. Un po’ come i testimoni di Geova, o i mormoni, il cui fondatore vantava di aver ritrovato in una vecchia cassa il vero Vangelo smarrito per secoli, anche certi cattolici ritengono che il verbo di Cristo abbia risuonato inutilmente, incompreso, per interminabili anni, sino a una leggendaria “primavera conciliare”. Costoro, quando si parla della liturgia di sempre, descrivono, con un velato “razzismo”, scenari lugubri, tenebre di ignoranza, miserie intellettuali indicibili: prima della liturgia in volgare, le “donnine biascicavano preghiere che non comprendevano”, gli uomini uscivano dalla chiesa durante la predica, i preti tuonavano e imprecavano dai pulpiti… roba, insomma, da preistoria, da gente delle caverne, da fede infantile e superstiziosa, sorta per sbaglio insieme a cattedrali e opere d’arte meravigliose. Potrei crederci, se non avessi mai assistito a una Messa antica e non avessi mai sentito cantare il “Pange lingua”, lo “Jesus dulcis memoria”, o la “Missa de angelis”; oppure se non dovessi sorbirmi, talora, i tamburi, le schitarrate, le prediche insulse, e il disprezzo, involontario, dell’Eucarestia, protagonisti di tante messe odierne in cui si è smarrito il senso del sacro e del mistero.Certo, vi saranno stati anche dei piccoli ritocchi, giustamente auspicabili anche per il vecchio rito, per adeguare ai tempi, non la sostanza, ma il linguaggio, e del resto anche i padri conciliari più tradizionalisti non lo negarono affatto. Ma nella sua essenza la Messa di un tempo continua oggi ad affascinare uomini e donne che desiderano ancora credere nella continuità della storia della Chiesa, che si sentono in comunione con duemila anni di storia, perlomeno per il debito di gratitudine che occorre avere verso chi la fede ce la ha tramandata.“Vi ho tramandato, affermava san Paolo, ciò che anch’io ho ricevuto”.Per questo vi sono fedeli in tutta Italia che richiedono sempre di più di poter conoscere il vecchio rito, benché tra i “sapienti” del tempio vi sia talora indignazione e perfino disprezzo. Lo capisco leggendo un piccolo librino appena scritto da Manlio Sodi, noto direttore nientemeno che della Rivista Liturgica, intitolato: “Il messale di san Pio V. Perché la Messa in latino nel III millennio”.Si tratta di una critica al motu proprio, fatta con apparente garbo, ma dimostrando in realtà immenso fastidio per chi non capisce, e cioè, tra gli altri, per lo stesso Benedetto XVI.Sodi inizia la sua denigrazione mettendo subito in confusione il povero lettore.Parlando del messale di Pio V dice a pag. 3 che è stato “abrogato” e poi “abolito”, mentre a pagina 5 scrive: “ma la Messa in latino è sempre stato possibile celebrarla!Dunque il problema è altrove”. Poi a pagina 26 afferma: “Anche il messale del Vaticano II (sic) è pubblicato in latino… un ulteriore segno che mai è stata abolita la Messa in latino”. Si mena il can per l’aia, dicendo e contraddicendo, e infine riducendo il problema liturgico a una questione essenzialmente linguistica.

Una lezione di storia in abiti eccentrici

I concetti ribaditi di continuo da Sodi sono i soliti: il nuovo messale è più ricco, ha più letture, ha tante preghiere eucaristiche, mentre il messale di Pio V è povero,quasi rudimentale… Sempre, il discorso cade sulle letture, sull’ascolto della parola:la centralità dell’Eucarestia, l’incontro con Cristo fattosi carne, è assolutamente secondario, assente. La Messa, per Sodi, è “un’esperienza viva di comunità celebrante”, mentre il vecchio rito “non ha contribuito a sottolineare che Cristo è presente nella sua Parola quando questa si proclama nell’assemblea”. Si tratta a ben vedere, di una definizione della Messa non cattolica, assai simile, se non identica, a quella protestante, che propone l’idea del sacerdozio universale e riduce la Messa a un puro memoriale, in cui l’incontro con Cristo non è reale, fisico, in “corpo, sangue, anima e divinità”, ma passa dall’ascolto della sua parola e dalla presenza di persone disposte, bontà loro, a ricordarlo e a rileggerne gli insegnamenti che furono. La Messa come una lezione di storia, insomma, con abiti un po’ eccentrici. In quest’ottica Cristo sarebbe l’Emmanuele, il “Dio con noi”, principalmente, se non esclusivamente, con la sua Parola, alla condizione, per di più, che questa si proclami alla presenza dei fedeli, e, come scrive a pagina 30, dei “loro educatori, i presidenti dell’assemblea”.Non servono discorsi per commentare una visione così razionalista, estranea alla retta dottrina sulla Messa: basti pensare alla figura di padre Pio, che rappresenta nella storia del cristianesimo uno dei santi che più ha saputo incarnare l’idea disacerdote come ponte tra Dio e gli uomini.Padre Pio non si è mai considerato un “presidente di assemblea”, un semplice “educatore”, non solo perché celebrò innumerevoli volte da solo, senza fedeli, ma soprattutto perché viveva nella sua carne l’incontro con Gesù crocifisso,viveva, cioè, ogni momento, la sua Messa. Le folle non accorrevano a lui per come leggeva le Sacre Scritture: rimanevano affascinati dal modo in cui pronunciava le parole della consacrazione, da come si inginocchiava davanti al corpo di Cristo, dalla tenerezza con cui lo teneva tra le mani, dalle gocce di sangue che sgorgavano dalle sue palme, dalla consapevolezza che aveva di essere, nonostante tutta l’umana abiezione, un altro Cristo.© Copyright Il Foglio, 15 novembre 2007

Intervista a Sua Ecc. Mons. Albert Malcolm Ranjith, Arcivescovo Segretario della Congregazione per il Culto Divino e la Disciplina dei Sacramenti

VATICANO - Il Motu Proprio Summorum Pontificum è “anche un segno per tutta la Chiesa su alcuni principi teologico-disciplinari da salvaguardare per un suo profondo rinnovamento, tanto auspicato dal Concilio”.
Intervista a Sua Ecc. Mons. Albert Malcolm Ranjith, Arcivescovo Segretario della Congregazione per il Culto Divino e la Disciplina dei Sacramenti

Città del Vaticano (Agenzia Fides) - Il 14 settembre è entrato in vigore il Motu Proprio Summorum Pontificum promulgato da Papa Benedetto XVI il 7 luglio 2007 e dedicato al rito di San Pio V rivisto nel 1962 da Papa Giovanni XXIII. Con il Motu Proprio (iniziativa promossa da parte ci chi ne ha le facoltà) torna la possibilità di celebrare col Messale tridentino senza dover necessariamente chiedere il permesso del Vescovo. Con il Concilio Vaticano II e in particolare con la riforma liturgica del 1970 promossa da Papa Paolo VI, l’antico Messale era stato sostituito dal nuovo e, anche se ufficialmente non era mai stato abolito, i fedeli per utilizzarlo dovevano avere espressamente il permesso del Vescovo. Un permesso sancito all’interno di un altro Motu Proprio: l’Ecclesia Dei adflicta firmato da Papa Giovanni Paolo II il 2 luglio 1988. Oggi, con il nuovo Motu Proprio, questo permesso non è più necessario e qualsiasi «gruppo stabile» di fedeli può liberamente chiedere al proprio parroco la possibilità di celebrare seguendo l’antico Messale. L’Agenzia Fides ha rivolto alcune domande a questo proposito a Sua Ecc. Monsignor Albert Malcolm Ranjith, Arcivescovo Segretario della Congregazione per il Culto Divino e la disciplina dei Sacramenti.

Eccellenza Reverendissima, qual è a suo avviso il significato profondo del Motu Proprio Summorum Pontificum?


Vedo in questa decisione non solo la sollecitudine del Santo Padre di aprire la strada del rientro nella piena comunione della Chiesa ai seguaci di Monsignor Lefebvre, ma anche un segno per tutta la Chiesa su alcuni principi teologico-disciplinari da salvaguardare per un suo profondo rinnovamento, tanto auspicato dal Concilio.Mi pare che ci sia un forte desiderio del Papa di correggere quelle tentazioni visibili in alcuni ambienti i quali vedono il Concilio come un momento di rottura con il passato e di un nuovo inizio. Basti ricordare il suo discorso alla Curia Romana il 22 Dicembre 2005. D’altronde neanche il Concilio pensò, di se stesso, in questi termini. Sia nelle sue scelte dottrinali che in quelle liturgiche come anche in quelle giuridiche-pastorali, il Concilio fu un altro momento di approfondimento e di aggiornamento della ricca eredità teologico-spirituale della Chiesa nella sua storia bimillenaria. Con il Motu Proprio il Papa vuole affermare chiaramente che ogni tentazione di disprezzo di queste venerate tradizioni è fuori posto. Il messaggio è chiaro: progresso, sì, ma non a scapito, o senza la storia. Anche la riforma liturgica deve essere fedele a tutto ciò che è successo dagli inizi ad oggi, senza esclusioni.Dall’altro lato, non dobbiamo mai dimenticare che per la Chiesa Cattolica la Rivelazione Divina non è qualcosa proveniente solo dalla Sacra Scrittura, ma anche dalla Tradizione vivente della Chiesa. Tale fede ci distingue nettamente da altre manifestazioni della fede cristiana. La verità per noi è ciò che emerge, per così dire, da tutti e due questi poli, cioè Sacra Scrittura e Tradizione. Questa posizione per me è molto più ricca di altre vedute perché rispetta la libertà del Signore a guidarci verso una più adeguata comprensione della verità rivelata anche attraverso ciò che succederà nel futuro. Naturalmente, il processo di discernimento di ciò che emerge verrà attuato attraverso il Magistero della Chiesa. Ma ciò che dobbiamo cogliere è l’importanza attribuita alla Tradizione. La Costituzione Dogmatica Dei Verbum affermò questa verità chiaramente (DV 10).Inoltre la Chiesa è una realtà che sorpassa i livelli di una pura invenzione umana. Essa è il Corpo mistico di Cristo, la Gerusalemme celeste e la stirpe eletta di Dio. Essa, perciò, supera le frontiere terrestri e ogni limitazione di tempo ed è una realtà che trascende di molto la sua manifestazione terrestre e gerarchica. Perciò in essa, ciò che è ricevuto, dovrà essere trasmesso fedelmente. Noi non siamo né inventori della verità, né i suoi padroni, ma solo coloro che la ricevono e hanno il compito di proteggerla e trasmetterla agli altri. Come diceva San Paolo parlando dell’Eucaristia: “io infatti ho ricevuto dal Signore quello che a mia volta vi ho trasmesso” (1Cor 11, 23). Il rispetto della Tradizione non è dunque una nostra scelta libera nella ricerca della verità, ma la sua base che deve essere accettata. Nella Chiesa la fedeltà alla Tradizione perciò, è un atteggiamento essenziale della Chiesa stessa. Il Motu Proprio, a mio parere, và inteso anche in questo senso. Esso è un possibile stimolo per una necessaria correzione di rotta. Infatti, in alcune scelte della riforma liturgica attuata dopo il Concilio, sono stati adottati degli orientamenti che hanno offuscato alcuni aspetti della liturgia, meglio riflettuta dalla precedente prassi, perché, da alcuni, il rinnovamento liturgico è stato inteso come qualcosa da realizzare ex novo. Però, sappiamo bene che tale non fu l’intenzione della Sacrosanctum Concilium, che rileva che “le nuove forme in qualche modo scaturiscano organicamente da quelle già esistenti” (SC 23).


Una caratteristica del Pontificato di Benedetto XVI sembra essere l’insistenza intorno a una corretta ermeneutica del Concilio Vaticano II. Secondo Lei il Motu Proprio “Summorum Pontificum” va in questa direzione? Se sì, in che senso?


Già da Cardinale nei suoi scritti il Papa aveva rigettato un certo spirito di esuberanza visibile in alcuni circoli teologici motivati da un cosiddetto “spirito del Concilio” che per lui fu in realtà un vero “anti spirito” o un “Konzils - Ungeist” (Rapporto sulla Fede, San Paolo, 2005, capitolo 2). Cito testualmente tale scritto in cui il Papa sottolinea: “bisogna decisamente opporsi a questo schematismo di un prima e di un dopo nella storia della Chiesa, del tutto ingiustificato dagli stessi documenti del Vaticano II che non fanno che riaffermare la continuità del cattolicesimo” (ibid p. 33).Ora, un tale errore di interpretazione del Concilio e del cammino storico-teologico della Chiesa ha influito su tutti i settori ecclesiali, liturgia inclusa. Un certo atteggiamento, di facile rigetto degli sviluppi ecclesiologici e teologici, come anche di quelli liturgici dell’ultimo millennio da un lato e una ingenua idolizzazione di ciò che sarebbe stato la mens della Chiesa cosiddetta dei primi cristiani dall’altro, ha avuto un influsso di non poca rilevanza sulla riforma liturgico-teologica dell’era post conciliare.Il rigetto categorico della Messa pre-conciliare, come un relitto di un’epoca ormai “superata”, fu il risultato di questa mentalità. Tanti hanno visto le cose in questo modo, per grazia di Dio, non tutti.La stessa Sacrosanctum Concilium, la Costituzione Conciliare sulla Liturgia, non offre alcuna giustificazione a tale atteggiamento. Sia nei principi generali che nelle norme proposte, il Documento è sobrio e fedele a ciò che significa la vita liturgica della Chiesa. Basti leggere il numero 23 di detto documento per essere convinti di tale spirito di sobrietà.Alcune di queste riforme hanno abbandonato importanti elementi della Liturgia con le relative considerazioni teologiche: ora è necessario e importante recuperare questi elementi. Il Papa, considera il rito di San Pio V rivisto dal Beato Giovanni XXIII una via di recupero di quegli elementi offuscati dalla riforma, avrà certamente riflettuto tanto sulla sua scelta; sappiamo che ha consultato diversi settori della Chiesa su tale questione e, nonostante alcune posizioni contrarie, ha deciso di permettere la libera celebrazione di quel Rito. Tale mossa non è tanto, come dicono alcuni, un ritorno al passato, quanto il bisogno di riequilibrare in modo integro gli aspetti eterni, trascendenti e celesti con quelli terrestri e comunitari della liturgia. Essa aiuterà a stabilire eventualmente un equilibrio anche tra il senso del sacro e del mistero da un lato e quello dei gesti esterni e degli atteggiamenti e impegni socio-culturali derivanti dalla liturgia.Quando era ancora Cardinale, Joseph Ratzinger insisteva molto sulla necessità di leggere il Concilio Vaticano II a partire dal suo primo documento e cioè la Sacrosanctum Concilium.


Perché, secondo Lei, i Padri Conciliari hanno voluto dedicarsi innanzitutto alla liturgia?


Prima di tutto dietro tale scelta stava sicuramente la consapevolezza dell’importanza vitale della liturgia per la Chiesa. La liturgia, per così dire, è l’occhio del tifone, perché ciò che si celebra, è ciò che si crede e ciò che si vive: il famoso assioma Lex orandi, lex credendi. Perciò ogni vera riforma della Chiesa passa attraverso la liturgia. I Padri erano consci di tale importanza. D’altronde la riforma liturgica era un processo già in atto anche prima del Concilio a partire soprattutto dal Motu Proprio Tra le Sollecitudini di San Pio X e la Mediator Dei di Pio XII.È San Pio X che attribuì alla liturgia l’espressione “prima sorgente” dell’autentico spirito cristiano. Forse già anche l’esistenza delle strutture e dell’esperienza di chi si impegnava per lo studio e l’introduzione di alcune riforme liturgiche, stimolava i Padri Conciliari a scegliere la liturgia come materia da considerare per prima nelle sedute del Concilio. Papa Paolo VI rifletteva la mens dei Padri Conciliari sulla questione quando disse: “noi vi ravvisiamo l’ossequio della scala dei valori e doveri: Dio al Primo posto; la preghiera prima nostra obbligazione; la liturgia prima fonte della vita divina a noi comunicata, prima scuola della nostra vita spirituale, primo dono che possiamo fare al popolo cristiano…” (Paolo VI, Discorso di chiusura del 2° periodo del Concilio, 4 dicembre 1963).


In molti hanno letto la pubblicazione del Motu Proprio “Summorum Pontificum” come una volontà del Pontefice di avvicinare la Chiesa agli scismatici lefebvriani. È così secondo Lei? Va anche in questo senso il Motu Proprio?


Si, ma non solo. Il Santo Padre spiegando le motivazioni della sua decisione, sia nel testo del Motu Proprio che nella lettera di presentazione scritta ai Vescovi, elenca anche altre ragioni importanti. Naturalmente avrà tenuto conto della richiesta sempre più crescente, fatta da diversi gruppi e soprattutto dalla Società di San Pio X e la Fraternità Sacerdotale di San Pietro come anche da Associazioni di Laici, per la liberalizzazione della Messa di San Pio V. Assicurare l’integrazione totale dei Lefebvriani era importante anche per il fatto che spesso, nel passato, sono stati commessi degli errori di giudizio causando inutili divisioni nella Chiesa, divisioni che ora sono diventate quasi insuperabili. Il Papa parla di questo possibile pericolo nella lettera di presentazione del Documento scritta ai Vescovi.


Quali sono a Suo avviso le problematiche più urgenti per la giusta celebrazione della Sacra liturgia? Quali le istanze su cui insistere maggiormente?


Credo che nella crescente richiesta per la liberalizzazione della Messa di San Pio V, il Papa abbia visto segni di un certo svuotamento spirituale causato dal modo con cui i momenti liturgici, sono finora celebrati nella Chiesa. Tale difficoltà scaturisce tanto da certi orientamenti della riforma liturgica post conciliare che tendevano a ridurre, o meglio ancora, a confondere aspetti essenziali della fede, quanto da atteggiamenti avventurosi e poco fedeli alla disciplina liturgica della stessa riforma; il che si constata ovunque.Credo che una delle cause per l’abbandono di alcuni elementi importanti, del rito tridentino nella realizzazione della riforma post conciliare da parte di certi settori liturgici sia il risultato di un abbandono o d’una sottovalutazione di ciò che sarebbe successo nel secondo millennio della storia della liturgia. Alcuni liturgisti vedevano gli sviluppi di questo periodo piuttosto negativamente. Tale giudizio è erroneo perché quando si parla della tradizione vivente della Chiesa non si può scegliere qua e là ciò che concorda con le nostre idee pre concepite. La Tradizione, considerata in un senso generale anche negli ambiti della scienza, filosofia o teologia, è sempre qualcosa di vivente che continua a evolvere e progredire anche nei momenti alti e bassi della storia. Per la Chiesa la Tradizione vivente è una delle fonti della rivelazione divina ed è frutto di un processo di evoluzione continuo. Ciò è vero anche nella tradizione liturgica, con la “t” minuscola. Gli sviluppi della liturgia nel secondo millennio hanno il loro valore. La Sacrosanctum Concilium non parla di un nuovo Rito, o di un momento di rottura, ma di una riforma che emerga organicamente da ciò che già esiste. È per questo che il Papa dice: “nella storia della liturgia c’è crescita e progresso, ma nessuna rottura. Ciò che per le generazioni anteriori era sacro, anche per noi resta sacro e grande, e non può essere improvvisamente del tutto proibito o, addirittura, giudicato dannoso” (Lettera ai Vescovi, 7 luglio 2007). Idolatrare ciò che è successo nel primo Millennio a scapito di quello successivo è, dunque, un atteggiamento poco scientifico. I Padri Conciliari non hanno mostrato un tale atteggiamento. Una seconda problematica sarebbe quella di una crisi di obbedienza verso il Santo Padre che si nota in alcuni ambienti. Se tale atteggiamento di autonomia è visibile fra alcuni ecclesiastici, anche nei ranghi più alti della Chiesa, non giova certamente alla nobile missione che Cristo ha affidato al suo Vicario. Si sente che in alcune nazioni o diocesi sono state emanate dai Vescovi delle regole che praticamente annullano o deformano l’intenzione del Papa. Tale comportamento non è consono con la dignità e la nobiltà della vocazione di un pastore della Chiesa. Non dico che tutti siano così. La maggioranza dei Vescovi ed ecclesiastici hanno accettato, con il dovuto senso di riverenza e obbedienza, la volontà del Papa. Ciò è veramente lodevole. Purtroppo ci sono state delle voci di protesta da parte di certuni. Allo stesso tempo non si può ignorare che tale decisione fui necessaria perché come dice il Papa la Santa Messa: “in molti luoghi non si celebrava in modo fedele alle prescrizioni del nuovo Messale, ma esso veniva addirittura inteso come un’autorizzazione o perfino come un obbligo alla creatività, la quale porta spesso a deformazioni della liturgia al limite sopportabile”. “Parlo per esperienza”, continua il Papa “perché ho vissuto anche io quel periodo con tutte le sue attese e confusioni e ho visto quanto profondamente siano state ferite dalle deformazioni arbitrarie della liturgia, persone che erano totalmente radicate nella fede della Chiesa” (Lettera ai Vescovi). Il risultato di tali abusi fu un crescente spirito di nostalgia per la Messa di San Pio V. Inoltre un senso di disinteresse generale a leggere e rispettare sia i documenti normativi della Santa Sede, nonché le stesse Istruzioni e Premesse dei libri liturgici peggiorò la situazione. La liturgia ancora non sembra figurare sufficientemente nella lista delle priorità per i Corsi di Formazione continua degli ecclesiastici. Distinguiamo bene. La riforma post conciliare non è del tutto negativa; anzi ci sono molti aspetti positivi in ciò che fu realizzato. Ma ci sono anche dei cambiamenti introdotti abusivamente che continuano ad essere portati avanti nonostante i loro effetti nocivi sulla fede e sulla vita liturgica della Chiesa. Parlo qui per esempio d’un cambiamento effettuato nella riforma, il quale non fu proposto né dai Padri Conciliari né dalla Sacrosanctum Concilium, cioè la comunione ricevuta sulla mano. Ciò ha contribuito in qualche modo ad un certo calo di fede nella Presenza reale di Cristo nell’Eucaristia. Questa prassi, e l’abolizione delle balaustre dal presbiterio, degli inginocchiatoi dalle chiese e l’introduzione di pratiche che obbligano i fedeli a stare seduti o in piedi durante l’elevazione del Santissimo Sacramento riducono il genuino significato dell’Eucaristia e, il senso della profonda adorazione che la Chiesa deve rivolgere verso il Signore, l’Unigenito Figlio di Dio. Inoltre, la Chiesa, dimora di Dio viene in alcuni luoghi usata come un’aula per incontri fraterni, concerti o celebrazioni inter-religiose. In qualche chiesa il Santissimo Sacramento viene quasi nascosto e abbandonato in una Cappellina invisibile e poco decorata. Tutto questo oscura la fede così centrale della Chiesa, nella presenza reale di Cristo. Per noi cattolici la Chiesa è essenzialmente la dimora dell’eterno. Un altro serio errore è quello di confondere i ruoli specifici del clero e dei laici sull’altare rendendo il presbiterio un luogo di disturbo, di troppo movimento e non certamente “il luogo” dove il cristiano riesce a cogliere il senso di stupore e splendore davanti alla presenza e all’azione salvifica del Signore. L’uso delle danze, degli strumenti musicali e di canti che ben poco hanno di liturgico, non sono per nulla consoni all’ambiente sacro della chiesa e della liturgia; aggiungo anche certe omelie di carattere politico-sociale spesso poco preparate. Tutto ciò snatura la celebrazione della S. Messa e ne fa una coreografia e una manifestazione di teatralità, ma non di fede.Ci sono anche altri aspetti poco coerenti con la bellezza e lo stupore di ciò che si celebra sull’altare. Non tutto va male con il Novus Ordo, ma molte cose ancora devono essere messe in ordine evitando ulteriori danni alla vita della Chiesa. Credo che il nostro atteggiamento verso il Papa, le sue decisioni e l’espressione della sua sollecitudine per il bene della Chiesa deve essere solo quello che San Paolo raccomandò ai Corinzi - “ma tutto si faccia per edificazione” (1Cor 14, 26). (P.L.R.) (Agenzia Fides 16/11/2007; righe 199, parole 2.742)
Mons. Malcom Ranjith: “Para el Papa, la liturgia es una prioridad“ (Español)

ITALIA: EXPLOSÃO DE PEDIDOS PARA O RITO TRIDENTINO

L´INCHIESTA
Messa in latino molti la vogliono pochi la sanno
MARIA CRISTINA CARRATU´

LA PRIMA in assoluto è stata la parrocchia dello Spirito Santo a Prato, il 14 settembre scorso, primo giorno utile indicato dal Motu Proprio di Benedetto XVI. Nella Chiesa addobbata per le grandi occasioni il parroco don Enrico Bini, paramenti dorati e spalle ai fedeli, ha esordito con il suo «In nomine Patris, et Filii, et Spiritui Sancti…». E da lì in poi è stato tutto un pullulare. Una inedita «mappa della fede» sta prendendo forma in Toscana: quella delle chiese e delle parrocchie dove da luglio scorso, quando il Motu Proprio del Papa l´ha tolto dalla «riserva indiana» in cui era stato confinato dopo il Concilio Vaticano II, si celebra messa (o si sta per farlo) secondo l´antico rito romano, in latino e secondo la liturgia stabilita nel 1570 dalla bolla di Papa Pio V, appena modificata nei secoli successivi. Per chi immaginava che robusti anticorpi potessero scoraggiare ritorni del genere in una regione di radicata tradizione cattolico-democratica, una vera sorpresa. Oltre a Prato, ecco San Martino a Paperino, dove col rito tridentino dice messa il giovane don Gestri, e Massa Carrara (Pieve di Offiano, parrocchia di San Matteo a Casalina), Viareggio (fra poche settimane), perfino Livorno (fra poco alla parrocchia di San Ferdinando alla Crocetta), Barberino Val d´Elsa.© Copyright Repubblica (Firenze), 21 novembre 2007

Toscana voglia di latino la messa torna all´antico Sorpresa:
le parrocchie chiedono il vecchio rito

Crescono le comunità in cui si celebra la liturgia pre-Concilio Eppure i vescovi non sono in linea con Benedetto XVI Non solo anziani cultori: la novità è che piace ai giovani
MARIA CRISTINA CARRATUA

Siena sono in fermento i cavalieri della Militia Templi che fa capo al Castello della Magione, mentre a Pisa si muove (per ora però bloccato dalla Curia) il Comitato San Pio X di giovani Normalisti. E non è da meno Firenze, dove alla chiesa di San Michele e Gaetano, in piazza Antinori, si sta concordando con la Curia una celebrazione stabile. E da gennaio, i frati dell´Immacolata officeranno alla Chiesa di Ognissanti. In provincia già si celebra a Santa Maria a Cafaggiolo e alla parrocchia di Vaglia, con il prete argentino Alejandro Vita, e a San Donato in Poggio, mentre a Certaldo è in corso un braccio di ferro (vedi articolo qua sotto). Novità nella novità, la presenza, oltre ad una cospicua area di anziani cultori del vecchio rito, di giovani. Ciò che fa gridare «al miracolo» i vecchi accoliti: «Il nostro baluardo liturgico è dunque servito a qualcosa» dice il conte Neri Capponi, presidente onorario dell´Associazione «Una Voce Italia» per la difesa della liturgia gregoriana. E´ vero che la tradizione tridentina, a Firenze, non si è mai interrotta del tutto. A San Francesco Poverino, in piazza Ss. Annunziata, la messa domenicale col rito di Pio V, concessa dagli indulti papali degli anni ‘80, è un´antica consuetudine, mentre l´Istituto di Cristo Re Sommo Sacerdote di Gricigliano (Le Sieci) è da anni riferimento internazionale della liturgia gregoriana. Ma si trattava, appunto, di enclave, eccezioni tollerate. La vera novità sono le comunità che adesso aspirano a una cittadinanza, quelle già esistenti e costrette a celebrare qua e là messe non ufficiali, e soprattutto le nuove. Come quella di San Gaetano, un´ottantina di fedeli fra cui il barone Giovanni Ricasoli Firidolfi, ma anche il presidente dei giovani giuristi cattolici Antonio Bellizzi, un consigliere comunale di Forza Italia di Vinci, e giovani laureati, impiegati, commessi, ceto medio qualunque. Non «nobiltà nera» in vena di revanche, insomma, sostiene il diacono Roberto Donati, «ma persone che semplicemente desiderano una liturgia più consona alla loro sensibilità». E chissà che «il ritorno al rito antico non nasca proprio dalle derive di improvvisazione seguite al Concilio». Certo è che il fermento tradizionalista sfida una linea pastorale ufficiale che, in Toscana, non sembra affatto favorevole al Motu Proprio. Al punto che c´è chi considera rivolta anche ai vescovi toscani la denuncia della Congregazione per il culto divino, che nei giorni scorsi ha tuonato contro la «crisi di obbedienza verso il santo padre», in atto «in alcune nazioni e diocesi». Già ad aprile, durante la visita ad limina, i vescovi toscani avevano consegnato alla Congregazione un testo approvato dalla Conferenza episcopale regionale contrario all´annunciato Motu Proprio, il quale, si sosteneva, avrebbe prodotto solo «confusione» pastorale. A Pisa, l´arcivescovo Plotti ha poi diffuso una nota in cui, sebbene il Motu Proprio per la prima volta attribuisca ai parroci la facoltà di dire messa col rito antico, ricorda che il referente ultimo resta pur sempre lui. I sostenitori del rito tridentino ne sono convinti: «I vescovi temono solo di perdere potere» sostiene il conte Marcello Cristofari della Magione, «di fronte a chi ora può finalmente contestare il ‘disagio liturgico´ cresciuto nelle loro diocesi». Ma in prima istanza, ad alimentare le resistenze è certamente la salda sensibilità «conciliare» della Toscana. E il sospetto, come avverte Plotti, «che dietro il vessillo di Pio V si nasconda un atteggiamento culturale di fondo, che si esprime nella fede, ma anche politicamente». Insomma, la pericolosa idea di una Chiesa che «corrotta» dal Vaticano II, si tratterebbe ora di far rientrare nella corretta dottrina. Negando il Concilio. Che però, in Toscana, oltre che fra i vescovi, ha messo ben salde radici. Come dimostra l´episodio avvenuto giorni fa in una chiesa del Chianti. Dove, al prete che mostrava come si celebra la messa in latino, spalle all´assemblea, un fedele ha chiesto preoccupato: «Ce l´hai con noi?». © Copyright Repubblica (Firenze), 21 novembre 2007

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Motu Proprio SUMMORUM PONTIFICUM

Carta Apostólica
em forma de Motu Proprio
SUMMORUM PONTIFICUM
Disposições de S.S. o Papa Bento XVI
sobre o uso da liturgia romana anterior à reforma de 1970

Sempre foi preocupação dos Sumos Pontífices até o tempo presente, que a Igreja de Cristo ofereça um culto digno à Divina Majestade "para louvor e glória de seu nome" e "para nosso bem e o de toda sua Santa Igreja".
Desde tempos imemoriais até o futuro deve ser respeitado o princípio "segundo o qual cada Igreja particular deve estar de acordo com a Igreja universal não só sobre a doutrina da fé e os sinais sacramentais, mas nos usos universalmente transmitidos pela tradição apostólica contínua. Estes devem manter-se não só para evitar os enganos, mas também para que a fé seja transmitida em sua integridade, já que a regra de oração da Igreja (lex orandi) corresponde a sua regra da fé (lex credendi)." (1)

Entre os Pontífices que expressaram tal preocupação destacam os nomes de São Gregório Magno, quem se preocupou com a transmissão aos novos povos da Europa tanto a fé Católica como os tesouros do culto e a cultura acumulados pelos romanos durante os séculos precedentes. Temos instruções para a forma da Sagrada Liturgia tanto do Sacrifício da Missa como do Ofício Divino tal como eram celebrados na Cidade. Ele fez grandes esforços para promover monges e monjas, que militavam sob a Regra de São Bento, em todo lugar junto com a proclamação do Evangelho para que suas vidas igualmente exemplificassem aquela tão saudável expressão da regra "Nada, pois, antepor-se à Obra de Deus" (capítulo 43). Desta maneira a Sagrada liturgia segundo a maneira romana fez fértil não só a fé e a piedade, mas a cultura de muitos povos. Mais ainda é evidente que a Liturgia Latina em suas diversas formas estimulou a vida espiritual de muitíssimos Santos em cada século da Era Cristã e fortalecido na virtude da religião a tantos povos e fazendo fértil sua piedade.
Entretanto, com o fim que a Sagrada Liturgia possa de modo mais eficaz cumprir com sua missão, muitos outros Romanos Pontífices no curso dos séculos vieram a expressar particular preocupação, entre eles São Pio V é eminente, quem com grande zelo pastoral, segundo a exortação do Concílio de Trento, renovou o culto em toda a Igreja, assegurando a publicação de livros litúrgicos corrigidos e "restaurados segundo as normas dos Pais" e os pôs em uso na Igreja Latina.
É evidente que entre os livros litúrgicos de Rito Romano o Missal Romano é eminente. Nasceu na cidade de Roma e gradualmente ao longo dos séculos tomou formas que são muito similares a aquelas em vigor em recentes gerações.
"Este mesmo objetivo foi açoitado pelos Romanos Pontífices ao longo dos séculos seguintes, assegurando a colocação em dia, definindo os ritos e os livros litúrgicos, e empreendendo, do começo deste século, uma reforma mais geral". (2) Foi desta forma em que atuaram nossos Predecessores Clemente VIII, Urbano VIII, São Pio X (3), Bento XV, Pio XII e o Beato João XXIII.
Mais recentemente, entretanto, o Concílio Vaticano Segundo expressou o desejo de que com o devido respeito e reverência pela divina liturgia esta fora restaurada e adaptada às necessidades de nossa época.
Impulsionado por este desejo, nosso Predecessor o Sumo Pontífice Paulo VI em 1970 aprovou para a liturgia da Igreja Latina livros restaurados e parcialmente renovados, e que ao redor do mundo foram traduzidos em diversas línguas vernáculas, foram acolhidos pelos Bispos e pelos sacerdotes e fiéis. João Paulo II revisou a terceira edição típica do Missal Romano. Desta maneira os Romanos Pontífices atuaram para que "este edifício litúrgico, por assim dizer,...volte outra vez a aparecer esplêndido em sua dignidade e harmonia". (4)
Entretanto, em algumas regiões, um número não pequeno de fiéis estiveram e permanecem aderidos com tão grande amor e afeto às formas litúrgicas prévias, e imbuíram profundamente sua cultura e espírito, que o Sumo Pontífice João Paulo II, movido pela preocupação pastoral por estes fiéis, em 1984 mediante um indulto especial Quattuor abhinc annos, desenhado pela Congregação para a Liturgia Divina, outorgou a faculdade para o uso do Missal Romano publicado por João XXIII em 1962; enquanto que em 1988 João Paulo II uma vez mais, mediante o Motu Proprio Ecclesia Dei, exortou aos Bispos a fazer um uso mais amplo e generoso desta faculdade em favor de todos os fiéis que o solicitem.

Tendo ponderado amplamente os insistentes pedidos destes fiéis a nosso Predecessor João Paulo II, tendo escutado também os Padres do Consistório de Cardeais realizado em 23 de março de 2006, tendo sopesado todos os elementos, invocado o Espírito Santo e pondo nossa confiança no auxílio de Deus, pela presente Carta Apostólica, DECRETAMOS o seguinte:
Art. 1. O Missal Romano promulgado por Paulo VI deve ser considerado como a expressão ordinária da lei da oração (lex orandi) da Igreja Católica de Rito Romano, enquanto que o Missal Romano promulgado por São Pio V e publicado novamente pelo Beato João XXIII como a expressão extraordinária da lei da oração ( lex orandi) e em razão de seu venerável e antigo uso goze da devida honra. Estas duas expressões da lei da oração (lex orandi) da Igreja de maneira nenhuma levam a uma divisão na lei da oração (lex orandi ) da Igreja, pois são dois usos do único Rito Romano.
Portanto, é lícito celebrar o Sacrifício da Missa de acordo com a edição típica do Missal Romano promulgado pelo Beato João XXIII em 1962 e nunca anulado, como a forma extraordinária da Liturgia da Igreja. Estas condições estabelecidas pelos documentos prévios Quattuor abhinc annos e Ecclesia Dei para o uso deste Missal são substituídas pelas seguintes:
Art. 2. Em Missas celebradas sem o povo, qualquer sacerdote de Rito Latino, seja secular ou religioso, pode usar o Missal Romano publicado pelo Beato João XXIII em 1962 ou o Missal Romano promulgado pelo Sumo Pontífice Paulo VI em 1970, qualquer dia exceto no Sagrado Tríduo. Para a celebração segundo um ou outro Missal, um sacerdote não requer de nenhuma permissão, nem da Sé Apostólica nem de seu Ordinário.
Art. 3. Se Comunidades ou Institutos de Vida Consagrada ou Sociedades de Vida Apostólica de direito pontifício ou diocesano desejam ter uma celebração da Santa Missa segundo a edição do Missal Romano promulgado em 1962 em uma celebração conventual ou comunitária em seus próprios oratórios, isto está permitido. Se uma comunidade individual ou todo o Instituto ou Sociedade desejam ter tais celebrações freqüente ou habitualmente ou permanentemente, o assunto deve ser decidido pelos Superiores Maiores segundo as normas da lei e das leis e estatutos particulares.
Art. 4. Com a devida observância da lei, inclusive os fiéis Cristãos que espontaneamente o solicitem, podem ser admitidos à Santa Missa mencionada no art. 2.
Art. 5, § 1. Em paróquias onde um grupo de fiéis aderidos à prévia tradição litúrgica existe de maneira estável, que o pároco aceite seus pedidos para a celebração da Santa Missa de acordo ao rito do Missal Romano publicado em 1962. Que o pároco vigie que o bem destes fiéis esteja harmoniosamente reconciliado com o cuidado pastoral ordinário da paróquia, sob o governo do Bispo e segundo o Canon 392, evitando discórdias e promovendo a unidade de toda a Igreja.

§ 2. A celebração segundo o Missal do Beato João XXIII pode realizar-se durante os dias de semana, enquanto que aos Domingos e dias de festa deve haver só uma destas celebrações.
§ 3. Que o pároco permita celebrações desta forma extraordinária para fiéis ou sacerdotes que o peçam, inclusive em circunstâncias particulares tais como matrimônios, funerais ou celebrações ocasionais, como por exemplo peregrinações.
§ 4. Os sacerdotes que usem o Missal do Beato João XXIII devem ser dignos e não impedidos canonicamente.
§ 5. Nas Igrejas que não são nem paroquiais nem conventuais, é o Reitor da Igreja quem concede a permissão acima mencionada.
Art. 6. Nas Missas celebradas com o povo segundo o Missal do Beato João XXIII, as Leituras podem ser proclamadas inclusive nas línguas vernáculas, utilizando edições que tenham recebido a recognitio da Sé Apostólica.
Art. 7. Onde um grupo de fiéis laicos, mencionados no art. 5§1 não obtém o que solicita do pároco, deve informar ao Bispo diocesano do fato. Ao Bispo lhe solicita seriamente aceder a seu desejo. Se não puder prover este tipo de celebração, que o assunto seja referido à Pontifícia Comissão Ecclesia Dei.
Art. 8. O Bispo que deseje estabelecer provisões para os pedidos dos fiéis laicos deste tipo, mas que por diversas razões se vê impedido de fazê-lo, pode referir o assunto à Pontifícia Comissão "Ecclesia Dei", que deveria proporcionar conselho e ajuda.
Art. 9, § 1. Da mesma forma um pároco pode, uma vez considerados todos os elementos, dar permissão para o uso do ritual mais antigo na administração dos sacramentos do Batismo, Matrimônio, Penitência e Unção dos Enfermos, conforme sugira o bem das almas.
§ 2. Concede-se aos Ordinários a faculdade de celebrar o sacramento da Confirmação utilizando o anterior Missal Romano, conforme sugira o bem das almas.
§ 3. É lícito para sacerdotes em sagradas ordens usar o Breviário Romano promulgado pelo Beato João XXIII em 1962.
Art. 10. É lícito que o Ordinário local, se o considerar oportuno, erija uma paróquia pessoal segundo as normas do Canon 518 para as celebrações segundo a forma anterior do Rito Romano ou nomear um reitor ou capelão, com a devida observância dos requisitos canônicos.
Art. 11. Que a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, ereta em 1988 por João Paulo II, (5) siga levando adiante sua função. Esta Comissão deve ter a forma, tarefas e normas de ação que o Romano Pontífice deseje atribuir.
Art. 12. A mesma Comissão, em adição às faculdades das que atualmente goza, exercerá a autoridade da Santa Sé para manter a vigilância sobre a observância e aplicação destas disposições.
Tudo o que é decretado por Nós mediante este Motu Proprio, ordenamos que seja assinado e ratificado para ser observado a partir de 14 de Setembro deste ano, festa da Exaltação da Santa Cruz, em que pese a todas as coisas em contrário.
Dado em Roma, junto a São Pedro, em 7 de julho no Ano do Senhor de 2007, Terceiro de nosso Pontificado.

Bento XVI


NOTAS(1) Ordenamento geral do Missal Romano 3ª ed. 2002 ,n. 937
(2) JOÃO PAULO II, Lett. ap. Vicesimus quintus annus, 4 dezembro 1988, 3: AAS 81 (1989), 899
(3) Ibid. JOÃO PAULO II, Lett. ap. Vicesimus quintus annus, 4 dezembro 1988, 3: AAS 81 (1989), 899
(4) S. PIO X, Lett. ap. Motu proprio data, Abhinc duos annos, 23 outubro 1913: AAS 5 (1913), 449-450; cfr JOÃO PAULO II lett. ap. Vicesimus quintus annus, n. 3: AAS 81 (1989), 899
(5) Cfr IOANNES PAULUS II, Lett. ap. Motu proprio data Ecclesia Dei, 2 julho 1988, 6: AAS 80 (1988), 1498